A campanha Setembro Amarelo 2024, que tem como lema 'Se precisar, peça ajuda!', já está em andamento em todo o Brasil. A iniciativa, capitaneada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), busca mobilizar a sociedade na luta contra o suicídio, uma das principais causas de mortes evitáveis no mundo. Com início em 2014, o Setembro Amarelo se consolidou como a maior campanha de combate ao estigma sobre o suicídio no globo.
O ponto alto das atividades ocorre em 10 de setembro, data que marca o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, mas as ações ultrapassam esse dia, estendendo-se ao longo do ano com o objetivo de sensibilizar e informar a população. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas perdem suas vidas para o suicídio anualmente. No Brasil, cerca de 14 mil casos são registrados todos os anos, com uma média de 38 mortes por dia, um número alarmante que evidencia a necessidade urgente de ações eficazes.
Contrariando a tendência global de diminuição das taxas de suicídio, as Américas, incluindo o Brasil, apresentam um aumento desses índices, o que reforça ainda mais a importância de campanhas como o Setembro Amarelo. Em 96% dos casos registrados no Brasil, o suicídio está associado a transtornos mentais, como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, esquizofrenia e abuso de substâncias. Esses dados sublinham a urgência de iniciativas que promovam a saúde mental e o bem-estar.
Ao longo do ano, a campanha se propõe a distribuir materiais educativos e informativos que incentivem a sociedade a discutir o tema e a buscar ajuda. A meta principal do Setembro Amarelo é reduzir o estigma em torno da questão do suicídio e promover a procura por ajuda profissional. A palavra de ordem é criar espaços seguros onde as pessoas possam falar abertamente sobre suas angústias e crises, sem medo de julgamento.
O presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva, que introduziu a iniciativa no calendário nacional, enfatiza a necessidade de uma abordagem proativa: 'Precisamos romper o silêncio sobre o suicídio. Conversar de maneira aberta pode salvar vidas'. A estratégia da campanha inclui a capacitação de profissionais de saúde para melhor atenderem pessoas em situação de risco, além de convocar a sociedade a praticar a escuta ativa e empática.
Entre os materiais previstos, estão cartilhas, vídeos e palestras que abordam a importância de reconhecer os sinais de alerta e de fornecer o suporte adequado. Além disso, a campanha promove um diálogo aberto sobre o papel da empatia na ajuda aos que estão passando por momentos difíceis. Desta forma, o Setembro Amarelo busca não apenas a conscientização, mas também a mobilização para a ação.
Ao longo dos anos, diversos estudos demonstraram a eficácia de campanhas de conscientização como o Setembro Amarelo na redução das taxas de suicídio. A promoção de uma cultura de apoio e compreensão pode ser um divisor de águas na vida de muitos. Prova disso são os depoimentos de pessoas que, após participarem de eventos da campanha, buscaram ajuda e conseguiram superar seus momentos de crise.
A campanha de 2024 promete ser ainda mais impactante. Com um plano de ação baseado em dados científicos e na colaboração de diversos setores da sociedade, o Setembro Amarelo espera salvar vidas e promover uma sociedade mais acolhedora e informada. A mensagem final é clara: não tenha medo ou vergonha de pedir ajuda. O apoio está disponível, e a busca por ele é um ato de coragem e amor próprio.
Enquanto a campanha segue seu curso ao longo do ano, é fundamental que cada um de nós faça sua parte. A prevenção ao suicídio é um esforço coletivo que requer a participação ativa de todos. A partir de conversas abertas, escuta ativa e o apoio a quem precisa, podemos construir um futuro onde a saúde mental seja uma prioridade e o suicídio, uma tragédia evitada.