Quando Débora Bloch recebeu a missão de encerrar a presença de Odette Roitman na nova versão de Vale Tudo, a expectativa dos telespectadores já estava nas alturas. A trama, gravada pela Globo, promete culminar entre 13 e 18 de outubro de 2025, com múltiplos finais filmados para garantir o suspense até o último minuto.
Mas o que realmente prende a atenção do Brasil são os suspeitos – de Bella Campos, que interpreta Maria de Fátima, a Alexandre Nero como Marco Aurélio, até a Paolla Oliveira que vive Heleninha – cada um com motivos plausíveis e, agora, com as digitais de Heleninha encontradas na arma do crime. O que será que está por trás desse quebra-cabeça televisivo?
Contexto: o legado da versão original de 1988
A história de Vale Tudo começou em 1988, quando a pergunta “Quem matou Odete Roitman?” virou febre nacional. Na época, a culpa recaiu sobre Leila, personagem vivida por Cássia Kis. O suspense gerou recordes de audiência e transformou o mistério em parte do imaginário cultural brasileiro.
O remake, que estreou em 26 de abril de 2025, chegou ao Rio de Janeiro através de uma ligação telefônica entre Odete e sua irmã Celina (interpretada por Malu Galli). Desde então, a produção tem insistido em inovar, prometendo mudar o culpado e utilizar recursos de filmagem múltipla para impedir vazamentos.
Desenvolvimentos recentes e suspeitos
No episódio de 6 de outubro, o roteiro deu passos decisivos: Raquel confidenciou a Ivan temores de que Maria de Fátima poderia agredir Odete; Celina alarmou sobre o desaparecimento misterioso de Heleninha; e Odete, antes de partir em viagem, deixou instruções finais a Consuêlo, surpreendendo ao descobrir que Maria de Fátima ainda estava viva.
Os suspeitos principais carregam histórias entrelaçadas:
- Maria de Fátima (Bella Campos) – vítima das crueldades de Odete, tenta chantageá‑la com informação sobre o empresário Leonardo (personagem de Guilherme Magon).
- Marco Aurélio (Alexandre Nero) – tem interesses corporativos que entram em conflito direto com os planos de Odete.
- Celina (Malu Galli) – irmã de Odete, conhece segredos que podem servir de arma.
- César (Cauã Reymond) – aliado de longa data, mas começa a duvidar da lealdade da chefia.
- Heleninha (Paolla Oliveira) – suas digitais na arma lançam uma sombra de culpa que ainda não foi esclarecida.
Além das digitais, a presença de um misterioso acompanhante no hotel de Odete, revelado em cenas filmadas pela equipe de direção, adiciona camadas de incerteza.
Reações dos envolvidos e estratégias de suspense
Em conversa com a apresentadora Ana Maria Braga, Débora Bloch admitiu que ainda evita pensar na cena final: “Calma. Ainda estou chegando”. A autora da trama, Manuela Dias, insiste que o segredo será mantido até o último segundo. “Já pensei, mas não falo em voz alta para não dar spoiler”, assegurou.
Segundo fontes da produção, a Globo gravou três finais diferentes, cada um apontando um culpado distinto. O objetivo, segundo o diretor de fotografia, é “manter a audiência na ponta do sofá, como nos ‘clássicos’ dos anos 80, mas com a tecnologia de hoje”.

Impacto cultural e expectativas para o final
Os números falam por si: a primeira semana de exibição do remake trouxe um aumento de 18 % na audiência da faixa das 20h, segundo dados internos da Globo. Comentários nas redes sociais mostram que o público está dividindo opiniões – enquanto alguns defendem a homenagem ao final clássico, outros celebram a ousadia de mudar o assassino.
Especialistas em mídia, como a professor da Escola de Comunicações e Artes, Dr. Rafael Corrêa, apontam que “o ponto de virada de ‘Vale Tudo’ está na capacidade de transformar um mistério antigo em um debate contemporâneo sobre poder, manipulação e mídia”. A expectativa é que o episódio final gere picos de busca nas plataformas de streaming, bem como um aumento nas discussões sobre a ética da reescrita de narrativas icônicas.
Próximos passos e o que esperar
A contagem regressiva já começou. As próximas duas noites (13 e 14 de outubro) devem revelar pistas adicionais: o teste das digitais de Heleninha, um flashback da infância de Odete em São Paulo e, possivelmente, um novo ponto de vista da polícia federal, que aparece como elemento investigativo na trama.
Se a estratégia da Globo for bem‑sucedida, o último episódio — programado para 18 de outubro — não só fechará o arco da novela, mas também pode gerar um spin‑off focado em Maria de Fátima, que já despertou simpatia do público. Assim, a saga de Odete Roitman talvez continue, mesmo após sua morte fictícia.
Frequently Asked Questions
Quem são os principais suspeitos do assassinato de Odete Roitman?
Os suspeitos incluem Maria de Fátima (Bella Campos), Marco Aurélio (Alexandre Nero), Celina (Malu Galli), César (Cauã Reymond) e Heleninha (Paolla Oliveira). Cada um tem motivos pessoais ou financeiros e, recentemente, as digitais de Heleninha foram encontradas na arma.
Por que a Globo decidiu gravar finais diferentes?
A estratégia visa manter o suspense até o último capítulo, evitando vazamentos e incentivando a audiência a assistir todos os episódios. É uma resposta ao sucesso da fórmula original de 1988, adaptada à era das redes sociais.
A identidade do assassino será a mesma da versão de 1988?
Não. A autora Manuela Dias confirmou que o culpado será diferente. Enquanto em 1988 a revelação foi Leila (Cássia Kis), o remake pretende surpreender o público com um novo desfecho.
Qual o impacto cultural esperado para o final da novela?
Especialistas acreditam que o clímax da novela reforçará a capacidade da TV brasileira de criar debates nacionais. O aumento de 18 % na audiência indica forte engajamento, e o final pode gerar debates sobre reescrita de narrativas e a influência da mídia na percepção pública.
O que acontece depois da morte de Odete Roitman?
Ainda não há confirmação oficial, mas rumores apontam para um spin‑off centrado em Maria de Fátima, cuja popularidade cresceu. A produção indica que a trama seguirá explorando os desdobramentos dos crimes e das alianças formadas antes da morte.
O que se percebe nas tramas televisivas contemporâneas é uma vulgar tentativa de reduzir o complexo jogo de poder a um mero entretenimento, como se a morte de um personagem fosse suficiente para desnudar as estruturas de dominação que regem nossa sociedade. A Globo, ao produzir múltiplos finais, demonstra não apenas uma estratégia mercadológica, mas também uma profunda falta de coragem intelectual: prefere cobrir o desígnio histórico com camadas de engano, ao invés de confrontar o espectador com a verdade desconcertante.
Vamos analisar os suspeitos de forma objetiva: Maria de Fátima tem motivos claros de ressentimento, já que Odete sempre a tratou como submissa; Marco Aurélio possui interesses corporativos que entram em choque direto com os projetos de Odete; Celina, irmã, conhece segredos que poderiam ser usados como arma contra a própria família; César, apesar da lealdade aparente, pode estar cansado das intrigas e buscar uma saída; e Heleninha, cujas digitais foram encontradas na arma, ainda não teve sua narrativa totalmente explicada. Cada um desses personagens tem um arco narrativo bem delineado, o que indica que o roteiro tem intenção de distribuir a culpa de forma balanceada, evitando cair no clichê de um único culpado.
Além disso, a escolha de gravar três finais diferentes não é só uma jogada de marketing, mas também uma forma de proteger os envolvidos de vazamentos que poderiam comprometer a trama.
Portanto, o espectador deve ficar atento aos detalhes, pois a revelação pode vir de qualquer ponto da história, inclusive de um personagem que até agora parecia inocente.
É óbvio que a trama está sendo manipulada pelos bastidores da emissora.
Se considerarmos as digitais de Heleninha na arma, isso pode ser simplesmente uma pista falsificada para desviar a atenção do verdadeiro culpado, como já vimos em outras novelas onde a polícia é usada como mero coadjuvante. Também vale lembrar que a presença de um misterioso acompanhante no hotel levanta a hipótese de um cúmplice interno que ninguém suspeita. Não é incomum que a produção insira elementos de conspiração para manter a audiência em estado de alerta constante.
Prezados colegas, cumpre salientar que a narrativa de "Vale Tudo" remete a discussões éticas sobre a responsabilidade da mídia ao retratar violência e crime. É imprescindível que analisemos o impacto cultural desse tipo de conteúdo, sobretudo quando se trata de um clássico que ainda influencia gerações. Agradeço a todos pelas contribuições e reforço a importância de um debate respeitoso e fundamentado.
Olha, respeito o entusiasmo do Marcelo, mas acho que esse foco em cada detalhe pode ser um exagero. No fim das contas, a Globo sempre vai escolher quem quer que agrade mais ao público, independentemente de jogadas de roteiro.
Ah, que drama! Mais um capítulo da novela que promete ser um espetáculo de lágrimas, mas a gente já sabe que no fundo é só mais um truque de marketing.
Gente, vamo ficar mais animados! Cada pista nova deixa o coração acelerado, né? Tô aqui torcendo pra que a Maria de Fátima não seja a vilã, hehehe.
É curioso observar como a produção parece instigar o público a buscar respostas nas entrelinhas, como se fosse um jogo intelectual. A complexidade dos personagens, sobretudo a dualidade de Marco Aurélio e Celina, cria um tecido narrativo que desafia a percepção tradicional de culpabilidade. Em última análise, a novela pode estar sinalizando que a culpa não reside em um único indivíduo, mas sim no próprio sistema que sustenta o poder.
Concordo plenamente com o Vitor: a trama está mais profunda que um simples spoiler. Cada camada revelada acrescenta significado ao debate sobre poder e mídia.
Claro, tudo isso tudo parece super sério, mas no fim das contas, vai ser só mais um final surpresa que a Globo vai mudar duas vezes antes que a gente perceba.
Adoro quando a novela dá um plot twist inesperado.
É imprescindível, ao analisar a estrutura narrativa de "Vale Tudo", reconhecer a intenção da emissora em manipular a expectativa do público mediante a produção de múltiplos desfechos. Tal estratégia, longe de ser mera jogada comercial, configura-se como um experimento sociocultural que visa observar a reação coletiva diante de informações contraditórias. Ao propor diferentes culpados, a Globo cria um ambiente de incerteza que favorece a discussão sobre a própria natureza da culpa e da responsabilidade.
Primeiramente, devemos observar que os personagens foram construídos com motivações que, embora plausíveis, se entrelaçam de maneira a gerar ambiguidade. Maria de Fátima, por exemplo, representa a revolta das classes subalternas contra a opulência de Odete, enquanto Marco Aurélio incorpora o antagonismo corporativo que visa desmantelar monopólios. A irmã Celina, por sua vez, simboliza o conflito interno familiar, trazendo à tona segredos que poderiam ser utilizados como armas psicológicas.
Em segundo lugar, a escolha de incluir digitais de Heleninha na arma pode ser interpretada como uma pista deliberadamente enganosa, cujo objetivo é desviar a atenção do público para um suspeito menos provável, seguindo a tradição de red herrings presente em narrativas de mistério.
Olha, achei tudo esse drama meio exagerado, mas quem sabe a gente descobre quem matou de verdade.
Essa novela está mais quente que o verão do Rio, já quero ver quem vai levar o troféu da maior surpresa.
Observando a metodologia empregada pela produção, constata-se que há um esforço deliberado para preservar o suspense até o último minuto, o que demonstra um compromisso com a experiência do telespectador.
Ao mergulharmos nas camadas semânticas da narrativa, percebemos que a estrutura de "Vale Tudo Remake" se apoia em um arcabouço de hipertexto dramático, onde cada pista funciona como um nodo em uma rede complexa de informações cruzadas. Primeiro, o uso de múltiplos finais constitui uma estratégia de resistência à linearidade tradicional, permitindo que o público experimente diversas ramificações possíveis, algo que remete à teoria dos multiversos aplicados à ficção televisiva.
Segundo, a inserção das digitais de Heleninha no armamento funciona como um elemento de desorientação cognitiva, criando um véu de incerteza que força o espectador a reavaliar suas hipóteses a cada novo episódio.
Terceiro, a presença de um acompanhante misterioso no hotel de Odete indica um tropeço deliberado do roteiro em direção ao inesperado, lembrando a técnica do "red herring" utilizada em narrativas de suspense clássicas.
Quarto, os personagens secundários, como César e Celina, são empregados como agentes de trama que carregam subtextos sociopolíticos, refletindo conflitos de poder contemporâneos que transcendem o mero drama familiar.
Quinto, a estratégia de gravação de três finais diferentes evidencia uma preocupação tecnológica com a mitigação de vazamentos, mostrando como a produção adapta práticas de segurança da informação ao ambiente de entretenimento.
Por fim, a convergência desses elementos aponta para um meta‑narrativo que questiona não apenas quem matou Odete, mas também como a própria mídia molda a percepção de culpa e justiça no imaginário coletivo.
Em suma, a série funciona como um laboratório de experimentação narrativa, onde cada pista serve tanto ao plot quanto a uma crítica subjacente ao jogo de poder midiático.
O texto do Marcos Thompson, embora erudito, esquece que o público quer emoção, não um tratado filosófico.
Prezados, é com grande prazer que acompanho este debate, certo de que a novela trará insights valiosos para nossa cultura.
Ao refletir sobre o impacto cultural da série, percebo que estamos diante de um fenômeno que transcende o simples entretenimento e adentra o campo da sociologia da mídia. Cada suspeito apresentado carrega consigo uma simbologia que representa diferentes estratos da sociedade brasileira, e a forma como a narrativa os coloca em conflito sugere uma crítica implícita ao modelo de poder vigente. É fascinante notar como a produção equilibra a nostalgia do clássico de 1988 com inovações tecnológicas, como a gravação de múltiplos finais, que reforçam a ideia de que a verdade pode ser fragmentada e subjetiva. Em última análise, a trama nos incita a questionar não apenas quem cometeu o crime, mas também quem tem o privilégio de determinar a narrativa oficial.