Esquema de Emendas e a Operação da Polícia Federal
Em julho de 2025, a Polícia Federal desencadeou mais uma operação mirando possíveis fraudes envolvendo emendas parlamentares. O principal alvo? O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), investigado sob suspeita de integrar um grupo que teria desviado recursos públicos por meio de um esquema apelidado de 'pedágio' nas liberações das emendas, taxando cerca de 12% sobre os valores destinados a municípios.
A investigação foi autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, com base em indícios robustos apresentados pela PF e pelo Ministério Público Federal. O inquérito aponta para acusações graves: organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude eleitoral e falsidade ideológica. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão tanto em Brasília quanto em Nova Russas (CE), cidade onde a esposa de Júnior Mano exerce o cargo de prefeita.
Bloqueio de Recursos e Reação do Deputado
Ao todo, cerca de R$54 milhões em bens ligados aos investigados foram bloqueados pela Justiça para assegurar eventual ressarcimento ao erário público. O bloqueio é uma das ferramentas prioritárias da PF em casos de suspeita de corrupção em alto escalão, já que dificulta o uso dos valores supostamente desviados enquanto as apurações seguem.
Em resposta à operação, Júnior Mano declarou publicamente que não participou de decisões administrativas relacionadas ao esquema e negou qualquer envolvimento. Ele manteve a narrativa de estar à disposição das autoridades e afirmou confiar que a verdade irá aparecer nas investigações. O deputado questionou ainda não ter tido acesso aos autos, mas reforçou seu compromisso com a legalidade e a transparência.
O caso ainda chama atenção pelo papel político da família: além do deputado, sua esposa, no comando da prefeitura de Nova Russas, também acabou sendo citada nos desdobramentos das buscas e apreensões. Até aqui, as investigações continuam, com novas diligências à vista e expectativa de novas revelações sobre o funcionamento do suposto esquema, que teria usado dinheiro público destinado a áreas essenciais como saúde, infraestrutura e educação local.
Essa operação se encaixa em um cenário de aumento na fiscalização sobre o uso das emendas parlamentares. Nos últimos anos, mecanismos como o chamado orçamento secreto e denúncias de