Azul Sofre Rebaixamento de Nota de Crédito pela S&P Global Ratings
A S&P Global Ratings rebaixou a classificação de crédito global da Azul (AZUL4) de 'B-' para 'CCC+' com perspectiva negativa, de acordo com um comunicado de mercado divulgado nesta segunda-feira, 3 de setembro. Este rebaixamento reflete os resultados fracos da companhia aérea no primeiro semestre, que exacerbou o déficit de fluxo de caixa operacional e enfraqueceu sua liquidez. A desvalorização do real brasileiro e as reduções em capacidade e yields impactaram significativamente o desempenho da Azul no segundo trimestre.
Desafios Financeiros
A companhia aérea enfrenta desafios financeiros robustos, conforme evidenciado pelo prejuízo líquido ajustado de R$ 744,4 milhões no segundo trimestre, um aumento de 31,3% em relação ao prejuízo do ano anterior. Essa deterioração financeira é atribuída principalmente às variações negativas cambiais e às dificuldades operacionais enfrentadas pela Azul.
Reestruturação da Dívida
Em resposta à situação adversa, a Azul está negociando com arrendadores para converter parte de suas obrigações de leasing, aproximadamente US$ 558 milhões, em capital. Além disso, a empresa está explorando alternativas para garantir novos financiamentos garantidos. Essa reestruturação visa fortalecer a estrutura de capital da companhia e melhorar sua liquidez.
Necessidades Operacionais e de Capex
Apesar de as maturidades da dívida financeira nos próximos 12 meses serem gerenciáveis, a Azul enfrenta necessidades operacionais e de capital (capex) estimadas em cerca de R$ 5 bilhões anuais para 2024 e 2025. Isso adiciona pressão significativa sobre a já debilitada situação financeira da companhia.
Desempenho das Ações
O rebaixamento da S&P também levou à queda das ações da Azul, que fecharam o dia anterior em baixa de 18,18%, a R$ 4,41, estendendo perdas pelo sexto dia consecutivo. Esta queda segue uma significativa desvalorização na quinta-feira anterior, 29 de agosto, quando a Bloomberg noticiou que a Azul estava considerando várias opções, inclusive uma potencial solicitação de proteção contra credores, para lidar com suas obrigações de dívida iminentes.
Clarificações da Companhia
A Azul esclareceu posteriormente que houve uma interpretação equivocada dessas informações. No entanto, a nota de crédito rebaixada e a performance negativa das ações refletem o complexo cenário enfrentado pela companhia.
Expectativas de Recuperação
A S&P também rebaixou as notas seniores não garantidas da Azul de 'CCC' para 'CCC-', atribuindo uma classificação de recuperação de '6', indicando expectativas mínimas (0%) de recuperação para notas não garantidas com vencimento em 2024 e 2026, em caso de inadimplência. Este cenário de recuperação sombrio destaca a gravidade da situação financeira enfrentada pela Azul.
Impacto da Desvalorização do Real
A desvalorização do real brasileiro adiciona uma camada extra de complexidade para a Azul, pois afeta diretamente os custos operacionais, que são em grande parte atrelados ao dólar. Essa desvalorização, combinada com a redução de capacidade e yields, impactou pesadamente o desempenho financeiro da companhia no segundo trimestre.
Novo Caminho a Seguir
O caminho à frente para a Azul envolve medidas estratégicas de sobrevivência. A empresa está buscando maneiras de fortalecer sua estrutura de capital e melhorar sua liquidez, o que inclui negociações com credores e arrendadores e a busca por financiamento garantido. Este é um esforço crucial para equilibrar as finanças e retornar ao caminho da estabilidade.
Riscos Futuramente
Os próximos meses serão críticos para a Azul. A capacidade da companhia de implementar sua reestruturação de dívida eficazmente e garantir novos financiamentos será determinante para sua sobrevivência. Investidores e analistas estarão atentos aos próximos movimentos e ao desempenho financeiro trimestral.
Atenção do Mercado
O rebaixamento da S&P e a subsequente queda nas ações da Azul reforçam a necessidade de um olhar cuidadoso sobre a gestão financeira e estratégica da companhia. O mercado acompanhará de perto os desdobramentos futuros para avaliar a viabilidade a longo prazo da Azul no setor aéreo.