Neymar treina com Santos e busca redenção antes do clássico contra o Palmeiras na luta contra o rebaixamento

Neymar treina com Santos e busca redenção antes do clássico contra o Palmeiras na luta contra o rebaixamento

Na tarde de quinta-feira, 13 de novembro de 2025, Neymar da Silva Santos Júnior, aos 33 anos, entrou em campo no CT Rei Pelé com a camisa número 10 e fez tudo o que um capitão de verdade faria: correu, passou, chutou e sorriu — mesmo que por um instante só. O treino tático da Santos Futebol Clube não era só mais um na rotina de preparação para o clássico. Era uma redenção. Um gesto. Uma tentativa de apagar o que aconteceu no Maracanã, quatro dias antes.

Do caos ao campo: Neymar volta com foco total

Naquele domingo, 10 de novembro, após a derrota por 3 a 2 para o Clube de Regatas do Flamengo, Neymar não apenas se retirou do gramado. Ele deixou o estádio antes do apito final, com o rosto vermelho, gritando para a comissão técnica e evitando olhar para os colegas. Os torcedores, que antes o idolatravam, ficaram em silêncio. Nas redes sociais, os comentários foram cruéis: "Ele só joga quando ganha". "Esqueceu de onde veio". "Santos não é Barcelona".

Mas o que ninguém viu foi a ligação que ele fez na noite seguinte. Aos poucos, veio a confissão. Segundo a própria Santos Futebol Clube, Neymar telefonou ao técnico Juan Pablo Vojvoda e disse: "Excedi. Foi nervosismo com o árbitro Savio Pereira Sampaio. Não foi com vocês. Nem com o clube." A diretoria, em vez de punir, optou por entender. "Punir o jogador seria alimentar controvérsias", afirmou o diretor de futebol, Alexandre Mattos, de 62 anos.

Os torcedores não esqueceram — mas estão dispostos a perdoar

Na sexta-feira, 14 de novembro, quando o CT Rei Pelé abriu as portas para 400 torcedores, o clima era tenso, mas esperançoso. Um banner enorme, entre as avenidas Waldermar Leão e Rangel Pestana, dizia: "Neymar, vamos só jogar bola!". Outro, na entrada do centro de treinamento, repetia: "Neymar, estamos com você". Foi nesse momento que o camisa 10, sem assistentes, sem microfones, foi o primeiro a caminhar em direção à torcida. Abraçou crianças, assinou camisas, fez selfie com idosos. Um gesto simples. Mas poderoso.

Luan Peres, o zagueiro de 30 anos, ficou de fora do treino por protocolo de concussão — mas treinou na academia. A ausência dele é um golpe para a defesa, já que Santos sofreu cinco jogos sem vencer. A última vitória foi contra o Cuiabá, em setembro. Desde então, perdeu para Palmeiras, Flamengo, Botafogo, Fortaleza e Corinthians. A pressão é enorme.

Na lanterna da luta: Santos a um ponto da zona de rebaixamento

Na lanterna da luta: Santos a um ponto da zona de rebaixamento

Com 33 pontos, o Santos ocupa a 17ª posição no Campeonato Brasileiro Série A de 2025. Apenas um ponto à frente do 18º colocado, Juventude (32 pontos), e dois atrás do Vitória, que escapa da zona de rebaixamento. O clássico contra o Sociedade Esportiva Palmeiras, marcado para sábado, 15 de novembro, às 21h, no Estádio Urbano Caldeira (Vila Belmiro), é, na prática, um jogo de ida e volta.

Se perder, Santos entra em zona de rebaixamento. Se empatar, fica na corda bamba. Se vencer? Ainda há esperança. E não é só por números. É por história. O clube, fundado em 14 de abril de 1912, já foi o maior do mundo. Hoje, luta para não cair à Série B pela primeira vez desde 1987.

O que vem depois do clássico? Três jogos, três oportunidades

Ainda que o jogo contra o Palmeiras seja o mais importante, o calendário não dá folga. Após o clássico, Santos enfrenta o Mirassol Futebol Clube na quarta-feira, 19 de novembro, às 21h30, e o Sport Club Internacional no dia 24, também em casa. Ambos são rivais diretos na luta por pontos. O técnico Vojvoda já indicou que pretende jogar com uma linha de quatro no meio-campo, com Neymar como único atacante de referência. A ideia é controlar o jogo, pressionar alto e aproveitar os contra-ataques — algo que o Palmeiras, com sua defesa lenta, pode sofrer.

Por que isso importa além do futebol?

Por que isso importa além do futebol?

Este não é só um jogo de futebol. É um teste de caráter. Para Neymar, que já foi considerado o futuro do futebol mundial. Para Santos, que vive o mais grave momento de sua história moderna. Para os torcedores, que ainda acreditam que um time pode ser mais que um elenco. E para o Brasil, que precisa de heróis que não fogem quando a pressão aperta.

Se Neymar jogar bem, se o time se unir, se o Vila Belmiro vibrar como nos tempos de Pelé... talvez, só talvez, a história não termine aqui.

Frequently Asked Questions

Como a derrota para o Flamengo afetou a moral do time?

A derrota por 3 a 2 no Maracanã abriu uma fissura na confiança do elenco. Vários jogadores admitiram em entrevistas coletivas que "o clima mudou" após o comportamento de Neymar. O capitão Jean Mota, de 31 anos, chegou a dizer que "o time precisa de liderança, não de desabafo". A equipe passou a treinar com portas fechadas nos dois dias seguintes, sem mídia, para reconstruir o vínculo entre jogadores e comissão técnica.

Por que o Santos não puniu Neymar publicamente?

A diretoria do Santos entendeu que uma punição pública, como suspensão ou multa, geraria mais polarização e dano à imagem do clube. Com 33 pontos e apenas um de vantagem sobre o rebaixamento, o foco é unidade. Além disso, Neymar é o principal atrativo de bilheteria e patrocínio. A decisão foi interna: diálogo, não castigo. O próprio jogador já se retratou — e isso foi suficiente para a diretoria.

Qual é a situação atual da defesa do Santos?

Com Luan Peres fora por protocolo de concussão, o técnico Vojvoda deve recorrer a Lucas Veríssimo, de 25 anos, como titular. O lateral-direito Guilherme Bala, de 27, também foi testado como zagueiro em treinos. A defesa sofreu 12 gols nos últimos cinco jogos — a pior marca da equipe desde 2019. A ausência de Peres, que é o líder defensivo, é um risco real contra um Palmeiras que marcou 17 gols nos últimos seis jogos.

O que acontece se o Santos for rebaixado?

O rebaixamento significaria perda de cerca de R$ 180 milhões em receitas da Série A, incluindo direitos de transmissão, patrocínios e bilheteria. Além disso, a saída de Neymar, cujo contrato vence em dezembro, torna-se quase certa. O clube também enfrentaria uma crise financeira profunda, com cortes em categorias de base e até na estrutura do CT Rei Pelé. Muitos torcedores já ameaçam boicotar os jogos da Série B.

O clássico contra o Palmeiras já foi decisivo antes?

Sim. Em 2016, o Santos venceu o Palmeiras por 3 a 1 no Vila Belmiro e escapou do rebaixamento por apenas um ponto. Naquele ano, o jogo foi marcado por uma manifestação de torcedores com faixas que diziam "Santos não morre". Hoje, o cenário é semelhante: 17º lugar, cinco jogos sem vencer, e uma torcida que ainda acredita. O que muda é que, em 2016, Neymar já estava no PSG. Agora, ele é o único que pode mudar a história.

O que os especialistas dizem sobre a chance de Santos se manter na Série A?

Especialistas como o analista Alexandre Gomes, da Revista Placar, afirmam que o Santos tem 38% de chance de permanecer na Série A — o menor índice entre os clubes da zona de rebaixamento. "A pressão psicológica é maior que o fator técnico", diz ele. "Se Neymar jogar bem e o time se unir, o clássico pode ser o início de uma recuperação. Caso contrário, a queda é quase certa. Não é só sobre pontos. É sobre alma."

Sobre o Autor

Leonardo Rivers

Leonardo Rivers

Sou um jornalista apaixonado por contar histórias. Trabalho como editor de notícias em um grande portal de notícias brasileiro. Amo escrever sobre os acontecimentos diários no Brasil e dar voz aos acontecimentos que impactam nossa sociedade.