Racing vence fora e coloca pressão no Vélez
No José Amalfitani lotado, o Racing levou a melhor no duelo argentino pelas quartas de final da Copa Libertadores. A vitória por 1 a 0, nesta 16 de setembro de 2025, saiu no começo do segundo tempo e teve assinatura de Adrián “Maravilla” Martínez, que mostrou faro de gol dentro da área. Para o Vélez, além do placar adverso, pesou a expulsão de Lisandro Magallán ainda no primeiro tempo.
O momento que virou a chave aconteceu aos 43 minutos. Em uma sequência tensa, Magallán se desentendeu com Martínez e, na jogada seguinte, acertou falta dura em Juan Ignacio Nardoni. Cartão vermelho direto. Com um a mais, o Racing ganhou campo e confiança. O time, atual campeão da Copa Sul-Americana de 2024, acelerou o ritmo e passou a controlar as ações com paciência e boas trocas de passe.
O gol veio aos 53. Santiago Solari abriu pela esquerda, a bola girou rápido até a direita e encontrou Facundo Mura em projeção. O lateral cruzou na medida e Martínez, bem posicionado, bateu de primeira, tirando qualquer reação do goleiro do Vélez. Foi uma jogada que resumiu a noite do Racing: amplitude, circulação rápida e presença agressiva na área.
O Vélez, empurrado pela sua torcida, tentou reagir no abafa e teve um alívio momentâneo quando mandou a bola para a rede. Só que a revisão do VAR apontou irregularidade na origem da jogada, e o empate não valeu. A partir daí, o time da casa apostou em bolas paradas e cruzamentos, mas parou na organização defensiva do Racing, que manteve a concentração e segurou o zero do outro lado.
Não foi uma atuação brilhante do começo ao fim, e sim de maturidade. O Racing soube esperar a brecha, acelerar quando precisou e, depois da vantagem, reduzir espaços. Administrou com a bola e sem ela, travando o corredor central e protegendo a área nas poucas vezes em que o Vélez chegou com perigo.
- 43’ do 1º tempo: Lisandro Magallán é expulso após confusão com Martínez e falta forte em Nardoni.
- 53’ do 2º tempo: Adrián “Maravilla” Martínez marca o gol da vitória depois do cruzamento de Facundo Mura.
- 2º tempo: gol do Vélez é anulado após checagem do VAR por irregularidade na jogada.
O ambiente também pesou. Por medida de segurança, as duas partidas deste confronto não têm presença de torcida visitante. Isso deixou o Amalfitani 100% com o Vélez, mas, ironicamente, quem aproveitou melhor o emocional do jogo foi o Racing, especialmente depois da expulsão.

O que vem pela frente e onde assistir
A volta está marcada para 23 de setembro, em Avellaneda, no Estádio Presidente Perón. O Racing joga pelo empate para seguir vivo no torneio, enquanto o Vélez precisa vencer para levar a decisão aos pênaltis ou, de preferência, virar no tempo normal. Lembrando: não há gol qualificado nas fases eliminatórias, e o desempate vai direto para as penalidades, sem prorrogação, exceto na final.
O quadro disciplinar pesa: Magallán está suspenso e força o Vélez a reorganizar a defesa. O desafio será encontrar equilíbrio para pressionar sem se expor tanto aos contra-ataques que o Racing mostrou saber acelerar. Do outro lado, a equipe de Avellaneda tem margem para escolher o ritmo: pode baixar bloco, atrair o Vélez e sair em velocidade, ou empurrar o adversário com posse mais longa, como fez após a expulsão.
Os duelos pelos lados prometem decidir muita coisa. Solari foi uma válvula de escape, Mura apareceu bem no terço final e Martínez está em fase clínica dentro da área. Se o Vélez não fechar o corredor e não reduzir os cruzamentos, tende a sofrer. Para virar, o time da casa na volta terá de aumentar a taxa de finalizações limpas, aproveitar melhor as segundas bolas e, principalmente, ficar mais tempo no campo ofensivo sem perder o controle emocional.
A partida de ida teve transmissão da beIN SPORTS, com cobertura no app beIN SPORTS CONNECT e nos canais beIN XTRA. Para a volta, a rede volta a exibir a decisão em seus canais internacionais. Os melhores momentos e análises oficiais também vêm sendo disponibilizados nos canais digitais da CONMEBOL Libertadores. E, como no primeiro jogo, a segunda partida também não terá torcida visitante.
Contexto importa numa série assim. O Racing chega com a moral de ter conquistado a Sul-Americana no ano passado, algo que se vê na forma como a equipe se comporta nos jogos grandes: gestão de tempo, leitura de momentos e frieza nas áreas. O Vélez, tradicional e acostumado a noites pesadas de mata-mata no Amalfitani, vai precisar transformar essa memória em execução prática na volta, onde cada detalhe — da primeira saída de bola ao último escanteio — pode pesar no agregado.